Apoio emocional do CVV previne suicídio

A Prefeitura de Hortolândia recebeu, nesta sexta-feira (22/09), a voluntária do CVV (Centro de Valorização da Vida), Silvana, que apresentou uma palestra na USF (Unidade de Saúde da Família) Jd. Amanda, abordando o trabalho da entidade, ação que faz parte das atividades da Semana de Valorização da Vida, que remete ao “Setembro Amarelo” de prevenção ao suicídio. O CVV realiza, há 55 anos, um importante trabalho voluntário de acolhimento e escuta. Por meio de atendimento telefônico, voluntários conversam com quem precisa, por qualquer que seja o motivo da procura pelo serviço, sempre com o objetivo de incentivar a pessoa a desabafar, falar sobre o que sente e entender que sempre há meios de vencer os desafios da vida.

Os momentos de angústia e tristeza fazem parte da vida de todas as pessoas. O apoio da família e dos amigos, seja para conversar ou buscar soluções para os problemas são a maneira mais eficaz de dar a volta por cima. No entanto, há pessoas que se sentem sozinhas, sem alguém para dividir os sentimentos. Na região de Hortolândia, o atendimento é prestado pela equipe de Americana, que atende pelo número (19) 3406-4111.

Silvana é voluntária do CVV há 23 anos e desde então, percebe que o trabalho de ajudar o próximo transformou sua própria vida. “Desenvolvemos um trabalho baseado no respeito ao próximo e na aceitação da pessoa, pois não escolhemos quem vamos atender. O CVV oferece esta oportunidade para o voluntário, é uma proposta de vida. Um dos objetivos do CVV é proporcionar justamente uma sociedade mais fraterna e acolhedora”, enfatiza Silvana.

O atendimento é sigiloso e o voluntário tem como princípio a escuta ativa: ele participa da conversa, de forma a incentivar quem procura pelo serviço a falar sobre o problema. “Nosso foco é a outra pessoa. Não damos conselhos nem orientações, mas conversamos com ela para que ela fale abertamente o que sente até que se sinta aliviada e descubra, por meio desta conversa, como enfrentar a situação que ela está vivendo”, descreve a voluntária. Por ano, são atendidas mais de um milhão de ligações em todo o Brasil.

Quem pensa que apenas situações negativas são relatadas nestes telefonemas se engana. Há casos de quem procura pelos voluntários para extravasar momentos de alegria. “Gente que passou no vestibular, ou que descobre que vai ter um netinho e quer contar para alguém liga pra gente, e nós atendemos da mesma forma. São sentimentos vivenciados ao extremo que fazem com que a pessoa queira desabafar, sejam eles tristes ou felizes”, afirma.

Quem quiser se tonar um voluntário do CVV pode buscar informações pelo telefone de atendimento do serviço, ou através do site www.cvv.org.br. O único critério é ter mais de 18 anos e participar do curso de preparação, que tem duração de dois meses.

Semana de Valorização da Vida

Desde o início da semana, diversas atividades marcaram a programação: caminhada até a lagoa do Jd. Amanda, aulas de Lian Gong e uma aula de dança animaram os participantes e destacaram a importância de conversar sobre o suicídio para proteger a vida. Todas as atividades promovidas têm como objetivo identificar e acolher pessoas com pensamento suicida, numa abordagem preventiva.

Em Hortolândia, o órgão responsável por atender e acompanhar estas ocorrências são os Caps (Centro de Apoio Psicossocial), por meio da rede de atenção psicossocial do município. Entre as atitudes e sintomas mais comuns da pessoa com pensamento suicida estão: dificuldades em lidar com atividades do dia a dia, falta de esperança, isolamento social e tristeza persistente.

Neste ano, 45 pessoas tentaram suicídio em Hortolândia, sendo que uma conseguiu concretizar o ato. Em 2016, foram 63 tentativas e quatro mortes. Os dados são do Departamento de Saúde Coletiva da Prefeitura de Hortolândia, que apura os atendimentos médicos por meio da ficha de notificação compulsória.