Inaugurados centros para atender usuários de álcool e drogas e crianças e adolescentes em sofrimento psíquico grave
Rede da Prefeitura conta agora com três CAPS
A Prefeitura de Hortolândia inaugurou, na manhã desta quinta-feira (13/12), dois novos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Uma das unidades acolhe crianças e adolescentes em sofrimento psíquico grave e outra auxilia usuários de álcool e drogas.
A solenidade aconteceu na sede do CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), na Avenida Francisco de Assis, 269, na Vila Real, e contou com a presença de várias autoridades. Além do secretário da Saúde, Lourenço Daniel Zanardi, compareceram a vice-prefeita, Jacyra Aparecida Santos Souza;
o diretor do Departamento de Humanização e Promoção à Saúde, Rodrigo Freire; o vereador Gervásio Batista Pozza e a articuladora em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Secretaria Municipal de Saúde de Hortolândia, Ana Lúcia Denadai Schmidt.
Serviços de saúde comunitários e abertos, prestados pelo município, os CAPS oferecem atendimento diário aos usuários, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Atualmente, a rede municipal de Hortolândia conta três CAPS: o Adulto Vida, existente há cerca de cinco anos, e os recém implantados CAPSad e do CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil).
Rede de saúde é aperfeiçoada
Vinte por cento da população têm algum tipo de sofrimento mental e/ou faz uso de álcool e outras drogas, segundo dados epidemiológicos internacionais. Isto significa que, em uma cidade como Hortolândia, com cerca de 200 mil habitantes, estima-se que haveria 40 mil pessoas necessitando destes serviços. “O incremento da Rede de Atenção Psicossicoal é essencial para a organização de rede de saúde com uma todo”, ressalta Ana Denadai. De acordo com a psicóloga, a implantação dos dois novos Caps na cidade representa um aperfeiçoamento dos serviços oferecidos pela Rede de Atenção Psicossocial do município.
Atendidos por equipes multiprofissionais, pacientes em sofrimento mental e/ou usuários de álcool e drogas têm a chance de alcançar reinserção social pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. “Entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, os CAPS têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira”, afirma Ana Denadai. “Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no País”, explica a psicóloga.
CAPSad
Recém-cadastrado no Ministério da Saúde, o CAPSad funciona há um ano, seguindo as novas diretrizes do Ministério para este tipo de atendimento. A equipe multiprofissional é composta por dois enfermeiros, um assistente social, uma terapeuta ocupacional, duas psicólogas, um psiquiatra, um clínico geral, quatro técnicos de enfermagem, uma recepcionista, dois agentes administrativos e uma auxiliar de serviços gerais.
O centro tem em média 165 pacientes ativos -- 18 mulheres e 147 homens. Destes, 55 pacientes, em média, são usuários apenas de álcool e 110 fazem uso de outras drogas. Em números percentuais, 57,35% dos atendidos fazem uso de álcool; 11,47% de crack; 24,59% de múltiplas drogas (a maior parte combina álcool com cocaína e tabaco; outra parcela significativa mistura álcool com maconha) e 6,5% não informaram, segundo a coordenadora do CAPSad, Cláudia Pereira Ribeiro.
Outro levantamento feito na unidade verificou que uma média de 100 pacientes e 35 familiares frequentam o CAPS regularmente. Lá, encontram serviços como acolhimento porta aberta, isto é, plantão da equipe, nos dias e horários de atendimento, para acolher quem chega pedindo ajuda, uma vez que não há necessidade de encaminhamento médico; triagem; elaboração de projeto terapêutico individual e apoio matricial às unidades de saúde da rede para discussão do caso e construção compartilhada do projeto singular, caso o usuário não possa comparecer ao CAPSad.
Faz parte das atividades da equipe promover reuniões científicas mensais para capacitar servidores da rede a lidar com a dependência química. Realiza vários grupos terapêuticos, tais como o que reúne usuários de álcool e outras drogas, o de mulheres, o de família, o de prevenção à recaída (para os que estão perto de receber alta) e o de acolhimento (para os que fazem uso intensivo da droga). Existem também oficinas terapêuticas em grupo, nas áreas de música, teatro, artesanato e esportes, que visam a auxiliar a reinserção do usuário na sociedade e ser fonte de geração de renda. Além disso, fazem trabalho preventivo, por meio de palestras e campanhas junto à população, nas escolas empresas e unidades de saúde.
Cláudia ressalta a parceira feita com a Pastoral da Sobriedade, as Secretarias de Cultura e Inclusão e Desenvolvimento Social, GM (Guarda Municipal), clínicas de internação e entidades como AA (Alcoólicos Anônimos) e NA (Narcóticos Anônimos).
“O CAPSad trabalha na lógica da redução de danos à saúde do indivíduo”, destaca a coordenadora. “A pessoa não precisa estar em abstinência, isto é, não precisa parar de usar para freqüentar o CAPS. Aqui, buscamos minimizar os danos, resgatar a cidadania e promover a saúde deste indivíduo, seguindo as diretrizes do Ministério”, explica.
CAPSi
Antigo ambulatório de saúde mental para crianças e adolescente, o CAPSi é agora uma clínica ampliada, que oferece serviço individual e coletivo a pessoas de zero a 22 anos que procuram o centro espontaneamente (levados por pais ou responsáveis) ou por indicação de unidades de saúde da rede. Entre os atendidos (são aproximadamente 270, a maioria crianças em sofrimento psíquico grave), há autistas, portadores de psicoses, neuroses graves e vítimas de violência (doméstica, sexual, dentre outras) que geram traumas emocionais.
Semelhante ao que ocorre no CAPSad, lá encontram atendimento porta aberta; triagem; projeto terapêutico singular, que leva em conta a história da pessoa e da própria família; ateliês com brincadeiras livres e oficinas de música, teatro,pintura, dentre outras.
A equipe é composta por uma psicóloga, uma assistente social, um enfermeiro, duas monitoras, um psiquiatra, uma terapeuta ocupacional, duas técnicas administrativas e dois vigias. Dentre os parceiros estão o Juizado de Menores, o Conselho Tutelar, as unidades de saúde e a própria família. Segundo Vera Lúcia Campos, coordenadora do CAPSi, um dos pontos a destacar é a resposta imediata para que o munícipe procura. “A resposta é mais rápida e a equipe faz busca ativa, se for necessário. E tudo isso contribui para a melhoria do paciente”, afirma.
SERVIÇO:
CAPS VIDA (Centro de Atenção Psicossocial)
Horário de atendimento: segunda a sexta, das 8 às 17 horas.
Rua Pastor Hugo Gegembauer, 736, Parque Ortolândia
Telefones: 3865-4890 | 3819-6852
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CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas)
Horário de atendimento: segunda a sexta, das 8 às 17 horas.
Avenida São Francisco de Assis, 269, Vila Real
Telefone: 3865.8100
Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil)
Horário de atendimento: segunda a sexta, das 8 às 17 horas.
Rua José Cavalcanti, 154, Vila Real
Telefone: 3897-3237